sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Alívio.

Eu estava dotada de sorrisos sobrenaturais. Era como se minha alma fosse um aparato qualquer capaz de enxergar todo o mal que emanava de sua alma. Era trágico, porém, épico. Você sempre teve essa pré-disposição para levar as pessoas ao que elas próprias chamam de mal caminho, mas fui eu quem não os ouvi. é, ouvir bons conselhos não faz mesmo meu estilo.
Voltando àqueles sorrisos, bem, nós fazíamos um par e tanto! Ao melhor estilo de "Eu seguro e você bate". Tá, eu tenho que admitir que arrepios me ocorreram quando vi seu olhar maníaco e insano se misturar com a neblina, mas eu tentei me conter.
Assim que eu senti o mármore gélido quase cortar minha pele foi que eu percebi o que você queria, me deitar pra olhar as estrelas foi uma ótima alternativa. Eu queria gravar aquele momento, nós dois sentados, um olhando a perfeição do outro. Foi uma sensação tão maravilhosa a de você me dando mordidinhas no pescoço... Bom, você não obedeceu a lei da gravidade e preferiu minha boca.
Tive certeza que você se encontrava dentro de minha felicidade quando deitei novamente, seus olhos esbanjavam uma fúria complicada. Aí, bem, aí você você afastou meus cabelos e me mostrou aquela faca legal( ela a noite fica muito mais perfeita). Seria uma ótima hora pra gritar e sair correndo, mas eu só consegui sorrir, claro! Você é estonteantemente perfeito.
Não houve dor quando você furou a veia no meu pescoço, eu me senti sonolenta. Não sei exatamente por quanto tempo adormeci, só sei que acordei estranha.
Estava lá, deitada, muito branca. Eu me lembrei que você havia me dito uma vez que eu era sua irmã. Como assim você estava praticando incesto? Isso não importava, eu não sentia nada! Eu não conseguia sentir você dentro de mim... Por quê?
Foi tão estranho quando você parou! Você estava chorando, mas eu não podia te consolar! Eu não conseguia sentir suas lágrimas também. Meu corpo não me obedecia, nada do que eu mandava ele fazia!
Eu vi um pote no chão. Parecia uma jarra de água, mas o conteúdo dela não era exatamente inodoro, muito menos insípido e não tinha nada de incolor, mas eu só percebi isso quando você bebeu.
Era estranho, eu não conseguia falar com você! E você foi embora! Me deixou jogada em um buraco qualquer e ainda jogou terra encima! Ah, mas você estava lindo na chuva. Eu te perdoei naquele momento. Sua roupa colada no corpo, pura perdição. E seu pescoço? Nossa, nunca tive uma vontade tão maligna de mordê-lo.
Todos os dias eu esperava você voltar, uma vez que eu estava presa. Você não apareceu. Foi aí que eu conheci as outras. Todas elas estavam chateadas com você e elas me deram a certeza que você voltaria...
Sabe qual a melhor parte em morrer? Você não se lembra da dor, não se lembra dos sentimentos, mas as lembranças são praticamente a única coisa que te prende na terra. Mas nós não vamos te matar, isso seria muito simples. Tenho certeza que se te assombrarmos pra sempre, você vai acabar percebendo que o "sempre" dura bem menos do que se espera.

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