sábado, 3 de dezembro de 2011

Gabriela - Parte 10

A união entre Kevin e Gabriela era apenas um pretexto para a garota aprender a viver como queria. Não havia sequer um miserável sentimento por parte de nenhum dos dois e tudo havia sido combinado detalhadamente: Ambos viajariam para um lugar onde passariam algum tempo, onde Gabriela sofreria um pequeno ritual de transformação.
Com a cabeça rodando, Gabriela decidiu tomar um banho para relaxar.
Assim que Gabriela saiu do banho, encontrou Kevin muito sério sentado em sua cama. Quando ele a viu, se levantou e foi se aproximando lentamente dela. A menos de dois centímetros dela, Kevin sussurrou:
- Gabriela, arrume as malas, agora. Eu decido o que você vai levar.
- Você pode pelo menos me deixar trocar de roupa, Kevin?
- Meu bem, somos casados, não temos nada a esconder um do outro. – anunciou Kevin esboçando pela primeira vez desde que Gabriela o vira, uma expressão maliciosa. – Vamos, meu bem, temos que... Comemorar nossa lua de mel
Gabriela ficou apenas imóvel. Assustada e pensativa segurava a toalha com uma mão e pousava a outra lentamente sobre o cabelo, seus olhos arregalados. Dava pra sentir a respiração de Kevin em seu pescoço e ele foi chegando mais e mais perto e ela indo cada vez mais para traz, até que ela encostou na parede. A toalha se segurava apenas pela pressão dos corpos. Kevin prendeu as duas mãos de Gabriela na parede e a olhou nos olhos. Toda a malícia havia desaparecido, havia ali, naqueles olhos infernais, apenas um interesse maníaco meio indefinido, isso fez com que a garota se encolhesse um pouco.
- Você é realmente bonita, sabia? Eu gosto mais de você com o cabelo preto. – disse Kevin, passando a mão pelo rosto da garota. – agora, meu bem, vá arrumar suas malas.
Kevin soltou as mãos de Gabriela e virou-se para sentar na cama. Gabriela pegou uma muda de roupas e foi se vestir no banheiro. Quando voltou, percebeu que suas roupas haviam sido espalhadas pela cama, de acordo com a tonalidade que apresentavam.
- Como minhas roupas chegaram aqui? – perguntou sobressaltada a garota.
- Seu papai adorável fez o favor de mandá-las.
- Eu não o considero como pai, é apenas mais um pra infernizar minha vida e eu nunca... – falou Gabriela, parando subtamente ao ver Kevin fazendo sinal de silêncio.
- Ele te fez, ele te suportou,o que não é fácil, convenhamos. Ele é seu pai e você não pode mudar isso, se refira a ele com mais respeito, ou eu terei que dar uma pequena lição em você. – trovejou Kevin. Nenhum ser humano seria capaz de desobedecê-lo depois do tom que havia usado nas palavras, e Gabriela, claro, apenas concordou – Minha querida, tenha uma boa noite, amanhã a noite partiremos para nosso destino.
- Para onde vamos?
- Quando chegarmos lá, você verá que isso não importa muito.- Kevin se dirigiu à porta e tirou uma chave de dentro do bolso, para trancar a garota no quarto – Espero que não se importe em dormir sozinha e trancada, meu bem, tenha uma boa noite. – Dizendo isso, saiu. A garota ouviu um clique do lado de fora, a porta estava trancada. É, como se eu quisesse sair daqui... Jogou as roupas todas no chão e adormeceu, exausta.
*

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