sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Confissão da meia vida

 Tenho pensado em você. Arduamente. Penso no quanto perdi em te perder, penso no quanto me arrependo e chego a uma triste conclusão: sua felicidade me destrói. Não a vejo mais, apenas rumores seus surgem... Parece que você foge de mim. Ok, eu sei que não mereço sua atenção porque eu fiz exatamente o que você sempre dizia pra não fazer, eu sei, eu entendo, ou tento entender.
  Eu bem sei, seu endereço ainda está na minha mente, principalmente o portão enferrujado e velho... Nem sei se mora mais lá, já faz muito tempo. Também sei seu telefone, óbvio, mas sempre desligo antes de sequer chamar, você tem o mesmo número desde que te conheci. Estou sendo babaca, eu sei! Mas o que posso fazer? Eu sou um cafajeste, já admiti várias vezes isso tanto pra você quanto pra mim...Fico constantemente atordoado, perdido intensamente na minha vontade de te rever e meu orgulho em achar que você que tem que vir me visitar. Eu acho que você me odeia, Elisa. Acho isso porque não é normal uma moça esquecer totalmente alguém que já lhe foi tão importante algum dia... Né? Quer dizer... Eu fui? Eu odeio sua inconstância, Elisa.
 A verdade é que tenho medo. Aquele medo intenso de te procurar e você me negar, porque passei muito tempo fazendo muita merda e sendo aceitado, eu sei as consequências. Na verdade é isso mesmo: eu sei e finjo esquecer. Não sei se espero que me perdoe, eu não sei mais nada... Eu errei muito feio contigo e tento te culpar até hoje, porque te perder é horrível, mas ter a razão de ter te perdido é o que mais dói. 
  Elisa, estou casado. Tenho duas filhas lindas. Enquanto estou no meu trabalho - eu não consegui um bom emprego, mas me lembro sempre de você me falando pra estudar e minha ignorância falando mais alto - fico pensando em você. Não te vejo há tantos anos e você ainda não sai da minha cabeça... Minhas duas filhas me lembram você, Elisa. Elas não gostam de que ninguém as imponha nada, isso é sua cara... Ou costumava ser. 
  Suponho que tenha se casado com um cara gordo e feio, porque é demais pra mim te ver feliz. Se fosse possível rogar ao destino que meus caminhos jamais cruzassem os teus, eu o faria. Com toda certeza eu o faria. Não te ver me faz muito bem, eu sei. Porque eu tenho certeza que você está onde sempre sonhou e eu não estava nos seus sonhos. Isso tudo me acorda pra minha vida patética, a vida que eu nunca quis, mas que sempre caminhei pra ter.
  Elisa, eu fui meu erro. Seu sorriso era demais para mim. Desculpe, Elisa, Desculpe. Seu nome é minha eterna penitência. Só espero que você jamais saiba o quanto fui burro em te perder, porque o orgulho é meu emblema e eu sempre o servirei.

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